segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O caminho da mola...

Desconstruir, despaginar, desinventar, derrubar. Renovar, ressurgir, reinventar, repaginar, reestruturar, reconstruir... Dentre tantas formas de se morrer e renascer. A todo tempo, essa sequência, ainda que embaralhada, pois não existe uma ordem específica a ela, se faz presente em nossas vidas. Essas são movidas por turbulências dos mais diversos tipos. Turbulências sempre existiram assim como sempre existirão, não há quem fuja e nem deveria fugir, ainda que possível fosse. É delas e sobre elas que recarregamos as nossas baterias, ao ponto em que nos despimos das nossas tralhas antigas, suadas e pesadas, passando a nos revestir de uma nova veste, repaginada, amadurecida, moldada e agora leve, leve como uma folha, porém energicamente carregada como um sol. Mas, esse processo requer coragem, audácia, reconhecimento daquilo que se perdeu ou deixou de ser ganho e assim o caminho de volta do fundo do posso, por mais árduo que seja é gratificante, é revigorante, por que não dizer que é como um "wisk com redbull", afinal de contas: "Te dá asas!!!"...  Voltando a sanidade, lembro me do conto da Águia, que ao longo da jornada de sua vida, passa por um processo de transformação doloroso, difícil e longo. "Ao completar 40 anos de idade, as garras das asas tornam-se flexíveis e perdem a capacidade de segurar de modo firme e preciso suas presas. O bico alongado e pontiagudo tem a sua envergadura acentuada, assim como as suas unhas. As asas estão mais velhas e mais pesadas, devido a grossura das suas penas e portanto o vôo torna-se dificultado. A águia então tem um dilema pela frente: Ou se entrega a sua fragilidade causada pela vida e morre dentro de poucos dias, ou então luta pela sua vida num processo de cerca de 150 dias. Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho, próximo a um paredão onde ela não necessite voar. Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em  uma parede, até conseguir arrancá-lo, sem contar a dor que irá ter que  suportar. Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois  arrancar as suas velhas unhas.  Quando as novas unhas começam a nascer,  ela passa a arrancar as velhas penas. E só após cinco meses sai para o famoso vôo de renovação, para viver então mais 30 anos." Não discutindo o mérito do possível processo natural e biológico que as águias venham a enfrentar ou não, mas pensando no conteúdo do conto em questão... A nossa jornada da vida consiste em turbulências constantes, disso todos nós sabemos. O que talvez poucos tomem para si e passem não só saber, mas sobretudo vivenciar, é que pra cada tormento, há uma nova chance de subir a mola do poço com mais força e intensidade. O tamanho da queda sempre será duas vezes menor que o tamanho da respectiva capacidade de se soerguir. Envelhecer, desgastar, ruir, enferrujar, além dos verbos descritos nas primeiras palavras deste texto... São apenas etapas que antecedem o aperfeiçoar e moldar da escultura em argila que é a nossa vida e o jardim que a compreende. Basta sermos oleiros de nós mesmos e jardineiros do espaço e das pessoas que circundam nossa vida. Regar, podar, cuidar, tirar as ervas daninhas, adubar, fazer a correção do solo, replantar se preciso for! Pulsar o coração sempre! Cada batimento a mais, a cada segundo, não significa nada mais do que a graça e o suspiro da vida sobre os nossos corpos pálidos, que com infinito amor foi nos dado para o nosso desfrute, pelo lindo Deus que temos! Assim um motivo único e precioso para buscar estar vivo acima de tudo!